terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Vencedores do III Prêmio Literário Canon de Poesia


III Prêmio Literário Canon de Poesia

Gostaria de terminar este ano de postagens com o post abaixo. 
Foi-me muito gratificante esta conquista na área da poesia. 
Dada a ampla concorrência do "Prêmio Literário Canon de Poesia”,  
meu poema “Nevoeiro”, escolhido entre mais de 3 mil poesias, 
encheu-me de satisfação e de motivação para com o gênero  poesia.  
Boas Festas a todos vocês que por aqui passam!
(Walter Rodrigues)


 13/12/2010
Canon divulga lista dos ganhadores da terceira edição do “Prêmio Literário Canon de Poesia”

Empresa elegeu os 50 melhores textos que serão publicados no livro de poesias feito em parceria com a Fábrica de Livros
A Canon, empresa japonesa especializada no desenvolvimento de tecnologias de gerenciamento de documentos e de imagem, anuncia os vencedores do “III Prêmio Literário Canon de Poesia”, realizado em parceria com a Fábrica de Livros e a Editora Scortecci. Foram escolhidos os 50 melhores textos, que serão reunidos em um livro a ser lançado nos primeiros meses de 2011.  

Com tema livre, o concurso, que teve sua abertura na 21ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo e aconteceu entre 13 de agosto e 30 de setembro, recebeu mais de 3 mil inscrições. Os finalistas foram escolhidos por uma comissão julgadora, composta por profissionais de renomado prestígio literário e cada vencedor receberá dez exemplares da obra e contará ainda com a divulgação e promoção da antologia pela Canon nas suas ações de Marketing e Propaganda, no período de um ano.

“O objetivo desse concurso é revelar talentos, promover a literatura e difundir a impressão digital de livros no país e a cada ano estamos conseguindo movimentar muitas pessoas e desenvolver neles o interesse cultural”, afirma Jun Otsuka, presidente da empresa no Brasil.

Confira os nomes dos poetas vencedores do III Prêmio Canon de Poesia:

Alam Cristian Arezi – Porto União/SC
Allan Pitz Ribeiro de Souza - Rio de Janeiro/RJ
Almir Guilhermino da Silva - Marechal Deodoro/AL
Altair dos Santos Paim - Salvador/BA
Ana Karina Pereira dos Santos Soares - Recife/PE
Ana Laura Dimas de Freitas Rabelo - Belo Horizonte/MG
Arthur Rodrigues Clemente - São Paulo/SP
Augusto Barros Mendes - Niterói/RJ
Augusto de Oliveira Junior - Macapá/AP
Benedito Cirilo dos Santos Filho - S. G. do Sapucaí/MG
Bruna Souza de Oliveira - Novo Hamburgo/RS
Carlos Eduardo Marcos Bonfá - Socorro/SP
Carlos Oliveira Rodrigues - Sobral/CE
Carlos Roberto da Rosa Rangel - Santa Maria/RS
Eduardo Francisco Jaques Neto - Torres/ RS
Eduardo Humberto Ferreira - Uberlândia/MG
Elaine Vincenzi Silveira - São Paulo/SP
Eleni Carvalho - Diadema/SP
Francisco Carlos Pereira - Araçatuba/SP
Gabriele Nunes Moraes - Uberaba/MG
Haydée Schlichting Hostin Lima - Santa Maria/RS
João Carlos de Oliveira - Teixeira de Freitas/BA
Jonatan Gracioli do Amarante - Cianorte/PR
José Guaicurus Mendes dos Santos - Guapimirim/RJ
Leila Maria Rodrigues Daibs Cabral - Mogi das Cruzes/SP
Luciana Slongo - Herval d’Oeste/SC
Luiz Carlos da Silva - Campo Mourão/PR
Luzia Stocco - Piracicaba/SP
Manoel Vinícius da Mata Souza - Ourinhos/SP
Márcia Cristina Lio Magalhães - Fortaleza/CE
Maria Anabel Siqueira Sampaio - São Paulo/SP
Mario Donizete Massari - Sertãozinho/SP
Mariza Baur - São Paulo/SP
Marlene Edir Severino - Itajaí/SC
Marlene Rozina Feltrin - Farroupilha/RS
Matheus Jacob Barreto - Cuiabá/MT
Nielson Torres Costa - Taguatinga/DF
Paulo da Mata-Machado Jr. - Brasília/ DF
Priscila Costa Lopes - Florianópolis/SC
Raimundo de Moraes - Recife/PE
Rosane Catarina de Castro - Belo Horizonte/MG
Roselaine Dias da Cruz - São Paulo/SP
Sergio Luiz Moreira - Rio de Janeiro/RJ
Tatiana Oliveira Druck - Porto Alegre/RS
Terezinha Bertazzi Costa - Campinas/SP
Varidiana Ribeiro Mercatelli - São Paulo/SP
Vilmar Ferreira Rangel - C. dos Goytacazes/RJ
Walter Luiz Jardim Rodrigues - Belém/PA
William Lima Glins - Rio de Janeiro/RJ
Zanny Adairalba Dantas de Góes - Boa Vista/RR

Sobre a CanonCom marca registrada em mais de 140 países e faturamento na ordem dos US$ 34 bilhões, a CANON se destaca pelo desenvolvimento de tecnologias de gerenciamento de documentos e de imagem, e pela fabricação de uma ampla variedade de produtos que vão desde câmeras, copiadoras e impressoras, até equipamentos ópticos para a indústria de semicondutores e lentes profissionais para broadcasting. A empresa é a segunda maior dos Estados Unidos em número de patentes e sustenta um investimento diário de 6 milhões em pesquisa e desenvolvimento. No Brasil desde 1974, a Canon conta com infra-estrutura própria com mais de 200 colaboradores e uma rede de revendas responsável pela distribuição de toda a linha de soluções corporativas. A empresa oferece ao mercado brasileiro um portfólio com mais de 50 produtos entre multifuncionais, copiadoras, fax e scanners. Hoje, mais de 67% do faturamento mundial da companhia provém dessas soluções.

Sobre a Fábrica de LivrosNascida em janeiro de 2008, a Fábrica de Livros oferece ao mercado editorial soluções para captura, manuseio, impressão, acabamento, logística e comercialização de serviços gráficos. É uma empresa direcionada exclusivamente ao mundo do livro, voltada ao mercado editorial brasileiro e aos autores que queiram publicar seus livros de forma independente. Sob a premissa de ter foco no “foco do cliente”, a Fábrica de Livros tem sua atuação posicionada em produções de livros em pequenas tiragens e sob demanda. Para editoras, a Fábrica de Livros prepara, produz e comercializa em baixas tiragens ou um único livro se necessário, viabilizando a produção e a comercialização de livros do fundo de catálogo, on demand,  sob o conceito da “cauda longa”. O objetivo da Fábrica de Livros é ser líder no segmento em que atua, com crescimento sustentável por meio do compartilhamento de esforços e resultados com parceiros de negócios, do constante desenvolvimento tecnológico e do capital humano.

Mais informações em: http://www.fabricadelivros.com.br.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O PRIMEIRO PORRE A GENTE NUNCA ESQUECE



No céu azul salpicado de nuvens brancas, o sol furioso do mês de julho. Verão amazônico. A cidade inteira dava um jeito de escapar. Os destinos eram os mais variados e logicamente dependeria do bolso de cada um. Só o que não valia era ficar em Belém torrando. É claro que haveria algumas pessoas que não teriam outra opção, mas escapariam nos finais de semana.

Na Ilha de Cotijuba em Belém, havia charretes e bondinhos, na verdade eram tratores puxando vagões confeccionados em latão, que muito de longe lembravam bondinhos propriamente ditos. No entanto, todos chamavam aquele transporte de bondinho. Na ilha havia muitas praias e muito verde. Um lugar fantástico para quem buscava paz e sossego. Meu primo Henrique e eu esperávamos o bondinho na fila. Estávamos querendo curtir a Praia do Vai-Quem-Quer, última praia da ilha. Na mochila iam dois pacotes de biscoitos de chocolate e uma garrafa de litro e meio de vinho barato.

A viagem de bondinho era lenta, devido às condições da estrada de terra. A paisagem nos enchia os olhos de vegetação tipicamente amazônica. Algumas casas à beira da estrada esburacada e muitos búfalos pastando. Os búfalos eram animais que transmitiam força e beleza.

- Alguém aqui sabe qual é o melhor amigo do homem? – perguntou um bêbado para todos.

Ninguém respondeu nada.

- Ora! É claro que é o boi. Porque o homem leva chifres, mas o boi carrega!

O bêbado além de ser um chute nos bagos ainda era metido à comediante.

E assim a viagem prossegue por entre a sombra das árvores e as piadas sem graça do bêbado. Mais casas, mais búfalos, árvores infinitas, bares, restaurantes, campos de futebol, uma estação elétrica a óleo diesel e placas indicando os nomes das praias antecedentes a Praia do Vai-Quem-Quer. Do lado oposto, outra placa indicava a entrada para as “Ruínas do Engenho”, antigo presídio do Estado conhecido por abrigar detentos que sofriam torturas até a morte.

Por fim, chegamos.

Seguimos por uma rua até praia. A maré estava cheia e as ondas estrondosas nas areias fofas da praia. O vento soprava impetuoso, mas você nem percebia. Tudo era tão harmonioso e exato. Até as músicas dos bares eram mantidas em um volume civilizado. Mas seria impossível para Henrique e eu sentarmos para consumir naqueles estabelecimentos. Éramos dois duros numa praia de preços altíssimos. Encontramos uma árvore de copa generosa e raízes acolhedoras, e ali nos alojamos. Abri a mochila e tirei a garrafa de vinho e tomei um bom gole. Henrique olhou-me, sorriu e correu para dentro das águas furiosas e cristalinas.

Com um pouco mais de 16 anos, estatura mediana e porte esbelto, Henrique tinha a pele clara, grandes olhos e cabelos castanhos. Um adolescente alegre e comunicativo a primeira vista. Um rapaz inteligente, de mente obstinada, mas um pouco preguiçoso. Naquela época ele era fã de rock’n roll, e queria aprender a tocar guitarra para ser tão bom e famoso quanto o guitarrista de sua banda favorita. Henrique era o filho mais velho do meu tio paterno.

Henrique saiu das águas, parou perto de mim, estendeu a mão direita em minha direção e disse de modo imperativo:

- Álvares, me passa um gole aí!

Henrique nunca havia tomado um porre na vida, mas ele continuasse dando goles daquela maneira, certamente, essa realidade seria mudada.

Então meu primo sentou-se ao meu lado em cima da raiz. E enquanto eu dava um gole, ele dava um que valia por cinco. Passaram-se alguns minutos, por certo, e ele estava rindo a toa e falando mais e mais alto do que o habitual. Depois ele começou a rolar de um lado para o outro na areia branquíssima para logo em seguida disparar para dentro da água. Eu corri atrás dele e mergulhei de cabeça naquele rio abençoado enquanto as ondas continuavam espocando na praia.

- Eu nunca me senti tão feliz e tão leve em toda a minha vida! – exclamou a todos os pulmões, meu primo Henrique.

Sim, ele já estava bêbado, e não havia mais vinho. Eu precisava ficar feliz também. Por sorte, ainda tínhamos cinco reais, que na verdade era para comprarmos alguma coisa para comermos. Mas quem poderia pensar em comer quando o que mais se queria era beber? Por isso, compramos outra garrafa de vinho vagabundo.

Mas quando a felicidade finalmente começou a operar dentro de mim, meu primo, começou a me contar de suas dores mais profundas. Logo depois ele começou a chorar. Chorou bastante me narrando entre soluços seus sentimentos em relação a seu pai João. Ele se sentia desprezado e mal-amado. Achava que seus pais gostavam mais de seu irmão do que dele. E tudo que ele fazia para agradar não era valorizado. Eram somente cobranças, críticas e injustiças.

- Ele nunca me falou: “filho eu te amo”. Uma vez tava passando um filme de um pai e um filho – reclamava-me Henrique com a face bastante vermelha de tanto chorar –, e o pai abraçava o filho e dizia que amava ele. Fiquei muito emocionado com a cena e olhei pro papai, mas ele se levantou do sofá e saiu da sala. Nunca vi um homem tão frio assim.

- Eh, - eu tentava apaziguava – calma, macho. Tio João te ama muito. Ama tu e o teu irmão, igualmente. Eu também te amo. Tu és um irmão pra mim. Só que o titio não é uma pessoa dada a sentimentalidades dessa forma, Henrique. Ele um homem durão e reservado em seus sentimentos. Escuta isso: quando se ama alguém de verdade é com os gestos e atitudes que se prova, e não com palavras melosas e frases sem originalidade. Tu tens que parar de ver mais estes filmes americanos, ou melhor, tu tens que parar mais de ver televisão.

Época difícil para qualquer um de nós. Quem já passou sabe. Qualquer coisinha vira um bicho de sete cabeças. Eu também já havia passado por essa fase. Fase que deixa feridas difíceis de curar.

Aconteceu de nós torrarmos nossas passagens de volta com mais uma garrafa de vinho. Resultado: aproveitamos que a maré estava vazando, e seguimos a pé pela praia por cerca de 9 kilometros em direção a Praia do Farol, que ficava no extremo oposto da Ilha de Cotijuba, para de lá caminharmos até a casa de minha mãe, onde estaria nos esperando já muito preocupada, minha irmã Vitória.

O sol morria dramaticamente no horizonte. Tão dramático e vermelho quanto a face de Henrique. Caminhávamos lado a lado por sobre as areias das praias que antecedem a Praia do Vai-Quem-Quer. Pernada doida, exaustiva para qualquer um, menos para Henrique e eu, que seguíamos flutuando numa outra áurea. E assim seguíamos em frente, bebendo daquele péssimo vinho, pois em semelhantes crepúsculos de gente e de dia tudo parece mais leve, mágico e maravilhoso.

Belém, julho de 2010.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Batidas na porta

Mais uma noite vencida. Sonhos vários, embora nenhum me viesse fazer sentido. Coisas de sonhos. Debatia-me de um lado para o outro da cama. O ventilador a berrar, o sol a aquecer minhas malditas telhas de amianto, ainda não era nem dez horas da manhã, e me era difícil continuar dormindo e sonhando. Então algumas batidas contínuas em minha porta de madeira.
Abro a janela, sonolento. Por certo só poderia ser meu amigo Daniel, em plena nove horas da manhã. Esfrego os olhos e o que vejo me enche de boas sensações. Sim, era Rebeca. E como ela estava maravilhosa com aquele jeans colado em sua esplendorosa bunda. Vôo imediatamente até a porta.
- Nossa! Quanto tempo... Que bom te ver novamente, Rebeca.
- Não vai me convidar pra entrar, pequeno?
- Sim! Entre!
E assim ela entrou. Depois nos abraçamos. Senti uma ereção imediata. Rebeca também sentiu algo crescendo rigidamente contra sua cintura estreita. Eu estava tomado de tesão e não queria me desgrudar daquele rabo abençoado. Então agarrei os cabelos longos e ondulados de Rebeca, avancei com determinação meus lábios aos fartos e rígidos seios dela. Eu era um bebê a mamar a sua própria subsistência. No entanto, eu queria mais.
E assim avançamos para minha cama e nos envolvemos inteiramente. Rebeca era incrível. Não havia camisinhas que agüentassem intactas dentro dela. Sua boceta dissolvia e misturava tudo e a todos, dentro dela, éramos e não éramos simultaneamente. Seu cheiro, o calor de seu corpo, seus beijos famintos, seus olhos escuros que nos levavam aos mais claros e límpidos cenários e aquela sua maneira de morder sutilmente o lábio inferior...
Rebeca...
E ela vai por baixo e por cima, de lado e de quatro. Rebeca conhecia todos os caminhos pelo simples fato de que todos os caminhos pertenciam a ela.
E ela se vai porta a fora. Não me permite que a acompanhe até o ponto de ônibus. Eu só queria que ela me quisesse em tempo integral. Mas Rebeca conhece-me o suficiente para não cometer tal equivoco.
E assim ela vai e eu fico.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Após o feriadão, todo mundo peladão

A vizinhança estava enfiada dentro de suas casas. Vestindo suas roupas novas, certamente. O beco enlameado só não estava deserto por causa dos moleques endiabrados, que estouravam bombinhas potentes em frente de casa. Malditos fedelhos! Eles deviriam ser alistar como moleques-bombas em alguma rede terrorista. Paciência. Na minha infância eu conseguia ser pior. As minhas bombinhas tinham a mania de repousarem nas salas dos meus vizinhos mais hostis. Eu definitivamente não havia sido uma criança normal, e não apanhei o suficiente.

Uma gigantesca caixa de som trabalhava os ritmos do povão: Melody, Tecno-Melody... Dentre em pouco teríamos reunidos ali todos os bandidos do bairro mais os vizinhos viciados e não viciados como era tradição todos os Dia do Trabalhador. A porrada com o passar das horas comeria soltar até o raiar do dia. Embora naquele feriadão não tivéssemos pessoas esfaqueadas e ou baleadas, as brigas de socos, pontapés, cadeiradas e até pauladas se faria presente ali. Isso era sinal que as coisas estavam ficando menos agressivas, melhorando.

A bebedeira continuava na média. Os traficantes de drogas e os assaltantes da área se exibiam com suas muitas caixas de cervejas. Uma jovem gorda dançava alegremente com os pés descalços sobre o chão de terra molhada. Os Melody continuavam, se repetiam e voltavam a tocar ciclicamente. Como eles não se enjoavam daquelas batidas iguais e letras idiotizantes?

Pedrão quase despacha aos cuidados de Lúcifer um jovem arruaceiro que anualmente acabava com a festa. Pedrão era metido a valente, ainda mais quando embriagado.

O dia vinha raiando. O sol revelava a decadência de pessoas e ambiente.

Um rapaz pálido vomitava apoiando-se num muro, uma jovem seguia costurando enquanto se namorado seguia um pouco atrás, pois havia parado para mijar na frente de uma casa. O esgoto a céu aberto e seu fedor acre e seus malditos ratos gigantes. O beco mais enlameado do que nunca.

- Álvares – falou-me Elizabeth, ex-prostituta e agora empregada doméstica. – Tu estás parecendo um zumbi com estes teus olho perdidos. E eu nem te vi puxando um fumo nem nada.

Fiquei calado. Depois segui para o meu quarto de aluguel, abri a porta e fui até a geladeira. Destampei uma garrafa de vinho barato, coloquei algumas músicas em espanhol para tocar em meu aparelho DVD ligado à televisão, que só me tinha esta finalidade: ouvir músicas. E sentei-me a ouvir e a beber. Passou-se, eu creio, uns quinze minutos até aqueles baques macios à minha porta.

- Quem é? – perguntei.

- É o Daniel.

Abri a porta e lá estava o meu único amigo de uma vida toda. A única pessoa sem ser minha família que eu poderia contar. Ele também gostava de músicas em espanhol e de beber aquelas porcarias que chamávamos de vinho. Logo-logo a garrafa de um litro e meio estava vazia. Sair para comprar mais.

No bar eu encontrei algumas pessoas bebendo e jogando bilhar. Elizabeth ainda estava por ali na companhia de algumas amigas. Bêbada, ela narrava para as citadas amigas os casos mais hilários de trepadas quando em seu tempo de prostituta nos puteiros do Ver-o-Peso. Contava também das investidas de seu novo patrão.

- Por que tu não trepas logo com ele? – perguntou uma das amigas.

- Por que se fosse pra eu continuar vendendo minha boceta eu continuava lá no Ver-o-Peso – respondeu Elizabeth muito ofendida se levantando para sair.

- Foi só uma brincadeira – tentou apaziguar a outra garota que bebia com elas.

- Vão tomar no cu!

Elizabeth era uma jovem na casa dos 25 anos. Entrara na vida da prostituição aos 19 por motivos dos mais variados possíveis: falta de trabalho, rebeldia, busca de novas sensações, a bebida farta, a liberdade do julgo da mulher casada... enfim. Ela tinha seus motivos. No entanto, ainda havia dignidade nela. Seus pequeninos olhos negros, quando irritada do jeito que estava, ficavam praticamente fechados, sua baixa estatura, sua boca de lábios grossos numa face comprida e estreita se tornava mais atraente quando o batom vermelho lhe emprestava aquele ar de sexualidade. Seu corpo era exato, exceto pela sua bunda que era um tanto arrebitada demais. Mais isso não era um defeito para a mulher brasileira. Era uma bunda de respeito e não havia macho que não olhasse para ela quando Elizabeth passava se requebrando toda rumo a parada de ônibus.

- Elizabeth – a chamei antes dela sair.

- Oi, Álvares – respondeu ela levemente surpresa. – Eu nem tinha te visto aí.

- É que eu só vim comprar este vinho.

- Hum... Posso beber ele contigo?

- Claro.

E assim seguimos para o meu quarto de aluguel.

Chegando lá, Daniel e Elizabeth foram uma eternidade de apertos de mãos e beijinhos no rosto. Elizabeth queria ouvir Melody. Eu não tinha nem um CD desse ritmo em casa. Então ela foi buscar um em sua casa. Daniel havia ficado muito impressionado com Elizabeth e sua bela bunda.

- Será que ela volta, Álvares?

- Volta sim.

E ela voltou acompanhada de uma outra garota e mais uma garrafa de vinho. Ela estava a fim de curtição.

A outra garota não tinha a bunda como a de Elizabeth, mas tinha um belo par de seios. Ela se chamava Camila e não gostava de usar saias, no entanto, vivia de saia, pois sua mãe, evangélica das fanáticas, a obrigava.

- Só a minha mãe é crente – dizia-nos ela. – Eu não.

- Mas eu te vejo indo pra igreja com ela todos os domingos, Camila – observou Elizabeth.

- É que ela me obriga. Se fosse por mim mesma, eu estaria era curtindo por aí aos domingos.

- Quantos anos tu tens? – perguntou Daniel.

- 18 eu fiz início deste ano.

- Já és de maior e vacinada. Tens é que aproveitar a vida, pois com certeza na tua idade a tua mãe não era nenhuma santa – replicou Daniel.

- Pior – assentiu Camila.

E assim seguimos bebendo. O sono não me incomodava nem um pouquinho. Eu estava legal e vertiginosamente feliz. Camila queria aprender dançar Melody. Daniel não sabia e eu tão pouco. O jeito foi Elizabeth ensiná-la. Daniel e eu apenas observávamos sentados. Camila era um pouco dura, não conseguia mexer direito seu sinuoso quadril. Então Elizabeth resolveu ensinar a garota a primeiro mexer o quadril para só depois ensiná-la dançar o Melody.

- Peraí, Elizabeth! – reagiu Camila ao toque das mãos da outra e seu quadril.

- Mas tu tens que primeiro aprender a rebolar, garota! – ralhou Elizabeth.

- Mas eu vou tentar agora. Vamos dançar de novo.

E assim Elizabeth voltou a guiar Camila em seus primeiros passos no Melody. Uma ex-prostituta tentando ensinar uma evangélica de fachada a dançar. Isso era o tipo de coisa que os rapazes solteiros não viam todos os dias em seus quartos aluguel. Entretanto, alguma coisa estava acontecendo entre as duas garotas. Talvez fosse o efeito do vinho, talvez fosse o calor ali dentro, mas Elizabeth e Camila começaram a dançar mais colada uma na outra. Camila estava remexendo muito bem agora, esfregando sua frente a frente de Elizabeth. Elas suavam e resfolegavam. Olhavam-se olhos nos olhos a menos de um palmo estando suas faces vermelhas. Bom, aquilo já não era Melody, no mínimo seria a Lambada. Daniel e eu olhamos um para o outro. Depois nos erguemos e fomos até as meninas e dissemos:

- Queremos dançar com vocês agora.

E os pares foram formados. Daniel ficou com Camila e eu fiquei com Elizabeth. O som ia rolando e o que fazíamos era atracar peitos e bundas, pernas e cinturas. Enquanto nos chupávamos com as garotas. Meu quarto tinha uma parede divisória. Do lado que nós estávamos ficava a sala, e do outro, o lugar onde eu dormia juntamente com a pia e o banheiro. Daniel seguiu com Camila para parte de trás. Eu fiquei mais Elizabeth na parte na sala onde estávamos desde o início.

- Eu sempre quis foder contigo, Álvares – confessou-me Elizabeth após arriar a calça. – Mas tu sempre pareceste me desprezar.

- Era que eu tinha quase certeza que tu não me darias chance alguma.

E ela agarrou-me por trás da cabeça e me chupou a língua com força. Aquilo me deu um tesão imenso. Apertei sua bunda com força e a ergui do chão esfregando meu cacete duríssimo por cima de sua calcinha sentindo a quentura de sua boceta pulsante. Estávamos muito excitados. Elizabeth ajoelhou-se diante de mim e me chupou legal. Meu pau estava quase para estourar. Como aquela filha da mãe chupava legal. Depois ela colocou as palmas das mãos na parede e arrebitou bem aquela maravilhosa bunda.

- Me fode agora, Álvares – falou-me ela por sobre os ombros.

Curvei bem o joelhos, ajeitei o meu pau na direção daquela boceta quentíssima e enfiei bem devagar. Degustando aquela racha divina. À medida que o tesão ia aumentando, minha estocadas iam tornando-se mais fortes e rápidas, no que Elizabeth ia gemendo conforme a intensidade.

- Aiiiii, caralho! Issooo faz a tua amiguinha gemer. Bate na minha bunda!

Não demoraria muito para o gozo vim. Gozei sobre a bela bunda de Elizabeth.

- Nossa! – respondi resfolegante. – Que foda maravilhosa.

Elizabeth e eu sentamos no sofá, pelados, e nos servimos de mais vinho. Enquanto ouvíamos o chuveiro e víamos Daniel, de cueca, surgi na sala com o seu copo vazio pedindo mais vinho.

Enquanto eu enchia o copo de Daniel ele não parava de olhar para o imenso rabo de Elizabeth. Ela notou isso, é claro, e ficou logo excitada. Meu pau já estava duro de novo. E quando Elizabeth começou a acariciar a perna de Daniel olhando para o pau dele com lasciva, bom, eu comecei a chupar o peito dela. Logo a mão dela estaria acariciando as bolas dele. Daniel ficou parado durante dois goles de tempo, depois foi para cima dela. Ele a beijava na boca e eu a agarrava por trás esfregando bem o meu pau em sua bunda. Elizabeth gemia enquanto meu amigo enfiava os dedos na boceta dela arrebitando mais e mais a sua bunda. Então, Camila apareceu à sala enrolada na minha toalha.

- Vocês viram onde eu...?

Fui até Camila com o pau que era um osso, deixando a bunda de Elizabeth para as mãos gulosas de Daniel. A beijei sem rodeios. Ela não ofereceu nenhuma resistência. Arranquei a toalha fora deixando aqueles belos seios durinhos para fora. Levei Camila até o sofá. Sentei-me primeiro, ela montou por cima de mim com as pernas bem abertas e cavalgou gostoso. Daniel havia colocado Elizabeth de quatro sobre a lajota e a penetrava alucinado. Vez ou outra eu olhava pelo lado de Camila e apreciava aquela bunda levando tapas até ficar vermelha. Camila mexia bem. Havia aprendido com Elizabeth ainda pouco. Nossa! Que bocetinha apertada.

E assim entramos pela tarde. Ninguém era de ninguém ali. Transamos até não suportarmos mais. Depois veio a fome. Não havia comida em casa. E eu estava duro. Camila foi embora almoçar em sua casa. Daniel me deu algum dinheiro para comprar ovos com mortadela. E assim foi feito. E assim almoçamos.

FIM

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Não esqueça:

Faça sexo com segurança: USE CAMISINHA!

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