terça-feira, 29 de novembro de 2011

Como duas almas penadas


Era noite quando resolvemos sair para tomar uma gelada. Tudo parecia escuro e sem movimento. Daniel e eu vagávamos pelas ruas do Ver-o-Peso como duas almas penadas. Sem rumo, em busca de vida e sentido. Não havia bar e nem estabelecimento algum que vendesse álcool, aberto. Era desesperador. Mesmo assim continuávamos...
Numa esquina, encontramos um senhor, que tal como nós estava a fim de encontrar vida naquelas ruas sem vida. O bando aumentou.
Descemos até a boate B Vermelho, por sorte, estava aberta e cheia de putas bonitas e bebidas. Nosso amigo resolveu pagar todas e nós bebemos até altas horas da madrugada. Daniel queria se deitar com alguma daquelas putas. Eu só queria beber e de alguma forma parar de pensar. Não queria pensar em comer puta, não queria pensar que não havia mais dinheiro para a próxima gelada, pois nosso amigo pagador já havia saído mais uma puta de feições delicadas e bundinha torneada para algum motel na puta-que-pariu; eu não queria pensar que Regiane continuava a me causar estranhas saudades, embora ela já estivesse casada, com filhos e morando longe pra diabo da possibilidade de um abraço...
Eu estava exausto e louco para explodir.
Não havia mais cerveja, não havia mais dinheiro, não havia mais nada. E eu continuava a pensar em meus problemas e agora eu havia arrumado outro problema, o problema de não ter mais cerveja.

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