quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

NOITE DE NATAL



A noite escorria lentamente e todos os bares da cidade jaziam fechados. Talvez por ser Natal , 25 de dezembro de 2007. E certamente muitos estariam naquele momento reunido com seus familiares bebendo horrores e trocando presentes com abraços, em sua maioria, falsos e sorrisos idem.
Enquanto isso, Daniel e eu vagávamos pelas ruas solitárias à procura de um bar que àquela hora da madrugada estivesse aberto para atender nossas almas sedentas de cerveja e música, mas não havia nenhum. Não, não desistiríamos tão facilmente assim. Continuamos vagando calados e absortos. Relembrávamos vez ou outra algum fato do passado, mas que ainda soava tão alto em nossas vidas: um amor frustrado, uma oportunidade perdida.
E o vinho com as três cervejas que tomamos na casa de Isaías começavam a abandonar nossos corpos. Estávamos ficando sóbrios e nenhum bar surgia no horizonte.
No entanto, como todos sabem, Papai Noel não se esquece de ninguém. Surgi, como um oásis em meio ao deserto, um belo e agradável bar de mesas de madeira na calçada, música de alta qualidade, pessoas bonitas e inteligentes, no menu, bebidas de todas os gêneros. Iluminação febril e uma noite não tão mais sozinha.
A manhã surgiu timidamente por detrás dos edifícios da 16 de novembro. A mistura de vinho e cerveja, não caiu muito bem ao Daniel que dormia sentado. Na mesa vizinha pediu-se a conta. Vão-se abraçados um casal de jovens homossexuais que se beijavam ainda pouco calorosamente.
Pedimos a conta, levantamos pesados e descemos a 16 de novembro até a Praça Amazonas.

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